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Vai sumir pra comprar cigarro? 🚬

Civil #006, ConcUP #026

Sexta-feira. O Carnaval já acena no horizonte, o CNU se aproxima e a sensação de que o ano finalmente vai começar começa a ganhar força (dizem que só começar depois do carnaval, né?). O calendário insiste em lembrar que janeiro ficou pra trás, mas a rotina de estudos continua. Se você já pensou em pausar tudo e se render à busca pelos bloquinhos da folia, pense de novo. Tempo perdido agora é desespero dobrado depois.

HOJE

👦🏼 Emancipação é coisa de gente grande

🪦 Partindo dessa pra uma melhor

🛩 Comoriência: quando morre e ainda leva o outro

🧬 Historinha pra sexta-feira

🎁 Presente pra você

EMANCIPAÇÃO

O dia em que você vira gente grande

Imagem: GIPHY

Se você cresceu assistindo Os Simpsons, deve lembrar do Bart sonhando em se livrar das regras da casa e fazer o que quiser. Se for mais raiz, talvez tenha visto o Pica-Pau tentando enganar alguém com um contrato fajuto 🧐 A verdade é que todo menor de idade já pensou em dar um jeito de sair da supervisão dos pais e viver por conta própria tipo quando você ficava de castigo e pensava em fugir de casa – mas, no Direito, isso tem nome: emancipação.

Ser emancipado significa poder praticar atos da vida civil sem precisar de autorização de ninguém. Parece um sonho? Pode ser. Mas também significa assumir responsabilidade sobre contratos, contas, dívidas e qualquer besteira que você fizer por aí. Então, antes de achar que é só assinar um papel e sair dirigindo por aí, vamos entender como isso realmente funciona.

Emancipação Voluntária ✍️

A emancipação voluntária acontece por decisão dos pais. Se você tem 16 anos completos, seus responsáveis podem conceder a emancipação por meio de escritura pública. Não precisa de juiz nem de justificativa complexa – basta que os pais concordem.

Importante: Uma vez concedida, não tem volta. Não existe “desemancipação” se a vida adulta não for tudo aquilo que você imaginava 😬 Então, se alguém pensa em pedir emancipação só pra poder abrir conta no banco e gastar todo dinheiro no tigrinho sem precisar dos pais, é bom lembrar que, junto com isso, vem a obrigação de pagar os boletos 📑

O STJ entende que, no caso de emancipação voluntária, os pais respondem com os filhos emancipados solidariamente, até que completem 18 anos

Emancipação Judicial ⚖️

Aqui quem concede é o juiz, ouvido o tutor do menor. Nesse caso, também é preciso ter 16 anos.

O processo acontece com a participação do Ministério Público 👀 e exige prova de que o menor tem maturidade e condições de se manter. Porque, convenhamos, querer emancipação só pra não precisar pedir permissão pra sair com os amigos não costuma convencer juiz nenhum.

Emancipação Legal (ou automática) ⚡

Em algumas situações, a emancipação acontece automaticamente, sem depender de autorização dos pais ou decisão judicial. O Código Civil prevê três casos:

1️⃣ Casamento 💍: Se um menor casa (dentro das regras legais, claro), ele automaticamente se torna emancipado. Sim, casar é um atalho pra vida adulta – e pro combo de boletos e responsabilidades.
2️⃣ Exercício de emprego público efetivo 🏛️: Se o menor foi aprovado e ocupa cargo público efetivo, ele é emancipado automaticamente. Trabalhar pro Estado, nesse caso, vem com bônus de independência jurídica. Se não tá dando pra passar com trinta, né?
3️⃣ Colação de grau em ensino superior 🎓: Se o menor se forma na faculdade antes dos 18, ele também ganha a emancipação legal. E sim, isso acontece em alguns casos – a galera do “gênio precoce” pode confirmar.

A emancipação pode parecer um passe livre pra vida adulta, mas vem com um detalhe: tudo que um emancipado faz tem valor jurídico real. Assinou um contrato ruim? Comprou um carro que era cilada? Casou e se arrependeu? 💔 Agora o problema é seu. Segura tua bronca, aí. Não dá pra alegar imaturidade depois de pedir pra ser tratado como adulto.

EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL

Hora de partir dessa para uma melhor

Imagem: GIPHY

Se tem uma coisa que o Direito Civil faz questão de deixar claro, é que ninguém escapa das suas garras – nem vivo, nem morto. 🏴‍☠️ O fato é que tudo que tem começo, um dia tem fim, e com a pessoa natural não é diferente. O problema é que o Código Civil não se contenta em apenas reconhecer que alguém “bateu as botas”, ele precisa regulamentar até isso.

Então, se você chegou a pensar que depois de partir para o outro lado não terá mais preocupações jurídicas, pense de novo. Se bem que a preocupação fica pra quem tá vivo, né? 🤔 A extinção da personalidade vem carregada de consequências para herdeiros, credores, processos judiciais e até para quem sumiu sem deixar vestígios.

Morte: o "game over" jurídico ⚰️

A regra geral é simples: a personalidade da pessoa natural se extingue com a morte. Morreu, acabou – pelo menos pros negócios jurídicos.

Mas como provar que alguém morreu? A prova oficial da morte é feita pelo atestado de óbito, que deve ser registrado no cartório. Isso evita situações do tipo:
👻 “Mas eu vi fulano ontem!”“Então foi seu espírito, porque no papel ele já era.”

Sem registro, a morte não tem efeitos jurídicos automáticos, o que pode ser um problema pros herdeiros e dependentes que precisam resolver pendências.

Morte presumida: quando a pessoa some, mas o Direito continua 🕵️

Se a morte normal já é burocrática, imagine quando alguém desaparece sem deixar rastros. Pra esses casos, o Direito criou a morte presumida, que permite reconhecer juridicamente que alguém morreu mesmo sem o corpo. Isso pode ocorrer de duas formas:

🔹 Com declaração de ausência
🔹 Sem declaração de ausência

Vamos ver cada uma separadamente.

Ausência: quando o Direito decide "matar" alguém

Se uma pessoa desaparece sem deixar notícias, a lei não pode simplesmente ignorar isso. pense bem antes de sair pra comprar cigarro quando tiver um filho Afinal, bens precisam ser administrados, processos precisam continuar e a vida dos que ficaram segue em frente. Por isso, existe um procedimento pra declarar a morte de alguém após certo tempo de ausência.

1️⃣ Primeira fase – Curadoria dos bens
Se alguém desaparece sem deixar representante legal, um curador pode ser nomeado para administrar seus bens. Geralmente, esse papel fica com o cônjuge, companheiro ou parente próximo.

2️⃣ Segunda fase – Declaração de ausência
Se a pessoa não aparece por um ano após a curadoria, os interessados podem pedir a declaração de ausência. Isso permite que os bens sejam transmitidos provisoriamente pros herdeiros.

3️⃣ Terceira fase – Morte presumida e herança definitiva
Se depois de dez anos (ou cinco, se os herdeiros já tiverem recebido os bens provisoriamente) a pessoa ainda não deu sinal de vida, ela é considerada morta de vez. Isso significa que os herdeiros finalmente podem respirar aliviados e tomar posse definitiva dos bens.

📌 Mas e se o ausente reaparecer? Se o desgraçado depois de todo esse trâmite simplesmente resolve voltar, ele pode reivindicar seus bens.

Outras hipóteses de morte presumida (sem declaração de ausência)

Além da ausência, a lei permite presumir a morte de alguém sem esperar todo esse processo burocrático, em situações em que há forte presunção de falecimento, como:

🔹 Pessoas que estavam em perigo de vida (exemplo: um avião que caiu e nunca foi encontrado).
🔹 Pessoas desaparecidas em grandes desastres (enchentes, terremotos, deslizamentos, incêndios de grandes proporções).

Nesses casos, não precisa esperar anos pra reconhecer a morte. O juiz pode declarar a morte presumida mais rapidamente, o que facilita o acesso a direitos previdenciários, herança e outros efeitos jurídicos.

COMORIÊNCIA

Quando todo mundo "parte" ao mesmo tempo 🚢

E se duas ou mais pessoas que teriam direitos sobre a herança morrem juntas e não dá pra saber quem morreu primeiro? Bem, o Código Civil já resolveu esse dilema com um nome sofisticado: comoriência.

📌 O que isso significa na prática?
Se não for possível determinar a ordem das mortes, nenhuma delas herda da outra. Isso evita situações bizarras, como um filho falecido herdando de um pai que morreu um minuto depois.

📌 Exemplo:
👵 Avó e neto morrem juntos em um acidente de carro. Se não for possível saber quem morreu primeiro, os bens da avó vão direto para os herdeiros dela, e os do neto, para os herdeiros dele. Ou seja, as heranças seguem caminhos separados.

📌 Por que isso é importante?
Porque se uma pessoa herdasse da outra antes de morrer, o destino dos bens poderia ser completamente diferente. A regra da comoriência garante uma divisão mais justa.

🛑 Se você não morreu de tédio lendo até aqui...

Parabéns! Isso significa que sua capacidade de leitura tá em pleno funcionamento e que você, juridicamente, segue vivo – pelo menos até segunda ordem. Mas olha, se Direito Civil fosse um episódio de Todo Mundo Odeia o Chris, essa parte sobre morte e sucessão seria aquele momento em que o Julius aparece dizendo que tudo custa dinheiro e que nem pra morrer dá pra ficar devendo.

A verdade é que, enquanto você tá aí estudando sobre extinção da personalidade, tem gente dando um jeito de “reviver” no cartório só pra fugir de dívida. Falsidade ideológica? Sim. Crime? Óbvio. Criatividade? 10/10. Mas, como a gente aqui na ConcUP não recomenda esse tipo de estratégia, melhor seguir vivo e estudando – até porque, se tem uma coisa certa nessa vida, além da morte, é que a prova chega pra todo mundo. 🚀

Historinha pra sua sexta

PESSOA NATURAL – DO COMEÇO AO FIM

Imagem: GIPHY

Imagina que você nasce num mundo onde tudo tem regra – até existir. No instante em que dá seu primeiro choro, o Direito já te reconhece como alguém com personalidade jurídica, capaz de ter direitos e deveres. Mas calma, porque ter direitos não significa que você pode sair por aí assinando contratos. Até um certo ponto, você precisa de alguém pra te representar. O jogo da vida jurídica começa assim: primeiro, você existe; depois, ganha autonomia pra agir; e, se quiser acelerar o processo, pode até pedir emancipação.

O tempo passa e você finalmente atinge a maioridade, podendo fazer tudo por conta própria e o que bem entender inclusive cobrar edição numa quinta-feira, não é mesmo, Letícia?!. Mas nem todo mundo consegue chegar lá sem limitações – e é aí que entram as incapacidades, protegendo aqueles que, por idade ou condição, não podem responder sozinhos pelos próprios atos.

A vida segue seu curso até que, um dia, inevitavelmente, chega ao fim. O Direito não se contenta em só dizer "acabou" e seguir em frente. Ele precisa classificar a morte, decidir quem herdará seus bens e até mesmo lidar com aqueles que simplesmente desaparecem sem deixar rastro. E se duas pessoas que poderiam herdar uma da outra morrem juntas? O Código Civil tem uma solução pra isso também: a comoriência, que evita confusão e garante que cada patrimônio siga seu próprio caminho.

De início ao fim, a vida jurídica tem regras. Mas a parte mais interessante vem agora: o que acontece enquanto estamos vivos? Quais direitos nos acompanham e definem quem somos? Nome, imagem, privacidade, honra… Na próxima edição de Civil, entramos nos Direitos de Personalidade. Quando você ouvir alguém falar de morte novamente, diz que até isso a gente consegue transmitir com leveza (sim, vai ser um excelente momento pra uma publi).

“Me ajuda aí, pô!” (voz do Datena)

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