Vai ou não vai pra lixeira?🗑

Civil #016, ConcUP #082

CIVIL

Quarta-feira. Mês dos namorados (e das festas juninas). Enquanto uns escolhem entre flores e chocolate, você escolhe entre validade e eficácia. O amor pode esperar — o edital, nem tanto. 💐📜🧠

Hoje, nessa edição

Quando a coisa nasce torta e o Direito percebe

 E quando é tão errado que nem o Direito tenta consertar.

🗓 Você precisa entender (e aceitar) sua rotina.

🪚 O contrato é zoado, mas tem conserto.

TEORIA DAS INVALIDADES DO NEGÓCIO JURÍDICO

Quando a coisa nasce torta e o Direito percebe

(Imagem: GIPHY)

Nem todo negócio jurídico que parece bonito no papel passa no teste do Código Civil. Às vezes, ele nasce com algum problema grave — e o Direito, que adora classificar tudo (inclusive os fracassos), já criou o nome pra isso: teoria das invalidades. 💣⚖️

A lógica aqui é simples: se o negócio jurídico não respeita certos requisitos essenciais, ele é considerado inválido. Mas, como o Direito não consegue só dizer “não vale”, ele criou toda uma categoria de invalidades, com nomes, níveis e efeitos diferentes. Sim, é tipo o sistema de penalidades do futebol, só que com mais latim e menos gritaria.

🤯 Por que um negócio pode ser inválido?

Porque, pra um negócio jurídico ser considerado válido, ele precisa cumprir os requisitos do plano da validade: agente capaz, objeto lícito, forma prescrita ou não defesa em lei, e vontade livre de vícios. Errou um desses? Já acende o alerta.

Mas nem todo erro é igual. Por isso, a teoria das invalidades divide os problemas em categorias:

  • Tem negócio que é tão absurdo que nem deveria ter existido (a famosa nulidade);

  • Tem negócio que até dá pra consertar, mas só se alguém reclamar a tempo (a anulabilidade).

Essa distinção é fundamental porque determina quem pode alegar a invalidade, se ela pode ser convalidada e quais os efeitos produzidos.

🧠 O Direito julgando você desde o primeiro parágrafo

A teoria das invalidades existe porque o Direito acredita no amor, mas só quando ele cumpre os requisitos legais. mês dos namorados, né? Se o contrato foi feito entre partes incapazes, com objeto ilícito e forma errada, o juiz não vai te abraçar e dizer “foi só um erro”. Vai declarar nulo e te deixar com o prejuízo (e a lição).

Ou seja: não basta querer contratar, tem que contratar certo. 📑🚫

NULIDADE ABSOLUTA

Quando é tão errado que nem o Direito tenta consertar

(Imagem: GIPHY)

Tem contrato que é tão bizarro, tão fora da curva, que o Código Civil nem perde tempo perguntando se dá pra salvar. É só olhar, declarar a nulidade e seguir em frente. Bem-vindo ao maravilhoso mundo da nulidade absoluta, onde o erro é tão grotesco que o negócio jurídico sequer teve chance de vida digna.

🤔 O que é a nulidade absoluta?

É a invalidação de um negócio jurídico que fere frontalmente normas fundamentais do ordenamento jurídico. Quando o defeito é tão grave que compromete não só o interesse das partes, mas o interesse da coletividade, a sanção é pesada: o negócio é nulo e ponto final.

O fundamento tá no art. 166 do Código Civil, que lista as hipóteses clássicas de nulidade. Quer ver? Lá diz que é nulo o negócio jurídico:

  • Celebrado por pessoa absolutamente incapaz;

  • Com objeto ilícito, impossível ou indeterminado;

  • Sem a forma exigida por lei;

  • Com objetivo de fraudar a lei;

  • Que simula acordo, mas esconde a real intenção das partes;

  • Entre absolutamente incapaz e pessoa cuja manifestação de vontade foi viciada;

  • Que infringe disposição legal imperativa.

Ou seja: se o contrato for uma verdadeira aberração jurídica, é jogo rápido. O juiz olha, identifica e declara de ofício. E você? Vai precisar de um advogado — não pra consertar, mas pra explicar como chegou nesse nível. 😬📉

⚙️ Características da nulidade absoluta

Pode (e deve) ser declarada de ofício 👩‍⚖️

O juiz não precisa que ninguém peça. Ele pode identificar a nulidade sozinho, no meio do processo, e dizer: “isso aqui é nulo”. É o famoso “você não pediu, mas eu fiz mesmo assim” do Judiciário. Não há espaço pra deixar passar — o vício é evidente e gritante.

Não pode ser convalidada ❌🩹

Diferente da anulabilidade, a nulidade absoluta não admite confirmação pelas partes. Nem adianta fazer reunião, assinar aditivo, enviar e-mail com carinha triste — se o contrato é nulo, nenhum ato posterior tem o poder de validá-lo.

Ex: contrato pra venda de órgão humano. Não importa quantas testemunhas você junte ou se tem firma reconhecida. A nulidade é absoluta — e você ainda corre o risco de sair do cartório direto pra delegacia.

Produz efeitos ex tunc ⏪

Ou seja, os efeitos da nulidade voltam no tempo e anulam tudo desde o início. É como se o negócio nunca tivesse existido. Um cancelamento retroativo, nível hard. Tudo que foi feito com base naquele contrato precisa ser desfeito. É o CTRL+Z jurídico.

🧠 Resumo do caos

A nulidade absoluta é a penalidade máxima no Direito Civil. É o sistema dizendo: “isso aqui não é só inválido — é inadmissível.” Ela protege valores maiores que os das partes envolvidas, como a ordem pública, a moral, o interesse coletivo e a sanidade jurídica. Sim, sanidade — porque tem cláusula por aí que é um verdadeiro surto redacional.

Então, da próxima vez que for redigir um contrato, respire fundo, revise o art. 166 e pergunte: “isso aqui viola alguma norma imperativa?” Se a resposta for sim, não adianta nem imprimir. O Direito até tolera deslizes. Mas quando a coisa é feia demais, ele não hesita: anula e apaga da história.

PAUSA PRO CAFÉ

Você precisa entender (e aceitar) sua rotina

O influencer do concurso acorda às 4h, toma banho gelado, lê Kant no manuscrito original, resolve 120 questões em jejum e ainda dá bom dia com a cara de quem já passou. Você não precisa ser essa pessoa.

Mas, se quiser… temos uma equipe de malucos que bate ponto antes do sol nascer. A galera da nossa comunidade já tá on antes do galo cogitar cantar 🐓🕓 Agora, se sua rotina só permite estudar depois que o mundo desacelera, tá tudo certo também. O que não dá é fingir que acorda às 5h e viver em modo soneca até às 10h.

Aceitar sua rotina é mais produtivo do que tentar performar disciplina alheia. O edital não exige banho gelado — só que você estude de verdade. 📚🧠

POR FALAR EM CAFÉ

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NULIDADE RELATIVA

O contrato é zoado, mas tem conserto

(Imagem: GIPHY)

Se a nulidade absoluta é o contrato nível "desastre institucional", a nulidade relativa, também conhecida como anulabilidade, é aquele negócio jurídico que saiu com defeito, mas ainda dá pra trocar — desde que você corra. Sim, meu amigo, porque aqui não tem juiz metido a super-herói: se ninguém pedir, ele finge que nem viu.

A base tá no art. 171 do Código Civil, e ele é direto ao ponto: negócios jurídicos podem ser anulados quando:

  1. Forem feitos por pessoa relativamente incapaz;

  2. Tiverem vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

É basicamente o Código dizendo: “Olha, tá meio torto isso aí, mas se ninguém reclamar, vou fingir que não percebi.” É o famoso “passa batido se ninguém prestar atenção”.

🧩 Características da nulidade relativa (também conhecidas como: os poréns do Direito)

Só pode ser alegada por quem tem interesse

Aqui o juiz não se mete. É tipo aquela situação constrangedora no grupo da família: se o tio do pavê fez piada, mas ninguém comentou, a conversa segue. Só quem se sentiu lesado pode pedir a anulação.

Não é eterna: tem prazo decadencial ⏳

Você achou que ia poder reclamar pra sempre? Nada disso. O prazo é curto e cruel. Se você dorme no ponto, a anulabilidade morre junto. O prazo varia conforme o vício, mas normalmente é de 4 anos. Perdeu, já era. Chora no protocolo.

Pode ser confirmada 😌

Sim, existe perdão contratual. A parte que foi prejudicada pode virar e dizer: “ok, tudo bem, deixo passar”. Isso é a confirmação do negócio jurídico — um verdadeiro “vamos fingir que nada aconteceu”. E o melhor: depois disso, não pode mais reclamar.

Ex: você casou achando que a pessoa era advogada, mas descobriu que ela só tinha canal no YouTube. Se não pedir anulação e continuar o casamento por 4 anos, o CC entende que você aceitou o risco. 👩‍⚖️🎥💔

Efeitos ex tunc: volta no tempo, mas com drama 🎭⏪

Assim como na nulidade absoluta, a anulabilidade também tem efeito ex tunc: desmancha o contrato desde o início. A diferença é que aqui tem novela antes da sentença. Até alguém pedir, o contrato continua valendo — e todo mundo segue fingindo que tá tudo certo.

😏 O contrato torto com esperança

A anulabilidade é o Direito dizendo: “errou, mas dá tempo de consertar — se você se mexer.” É o que separa o contrato estranho do contrato criminoso.

O erro aqui não é fatal, mas é incômodo. E se você não fizer nada, o tempo faz por você: mata a sua chance de reclamar. É o famoso “quem cala, consente — juridicamente falando”.

Então, se você topar com um negócio jurídico que te fez levantar a sobrancelha, não engole seco. Consulta o art. 171, vê se o prazo ainda tá vivo e corre pro abraço (ou pro fórum). Porque no Direito, até o silêncio tem prazo de validade.

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