Inclusive, a gente já falou sobre isso em outras edições: você está se lapidando. Enquanto estuda pra concurso, conteúdo não é a única coisa que você aprende. Você aprende sobre responsabilidade, autocontrole e paciência. Você não tá construindo apenas uma chance de passar em uma prova, tá construindo também uma nova pessoa.

1️⃣ Pra aquecer: quem é a Lívia fora do Instagram e das metas de estudo?

(Queremos saber da vida real. A que chora com filmes bobos, a que esquece o PDF aberto, a que fala com a planta da sala…)

Uma pessoa risonha, dorminhoca e fã de Red Hot Chili Peppers (sim, fiz até tatuagem). Gosto muito de ter uma rotina milimetricamente organizada, mas quando acabo a meta da semana, eu me liberto: Leio quase um livro todo em poucos dias, durmo umas boas horas a mais, aperreio meu marido para ele cozinhar algo diferente rs. Sou muito caseira, mas não resisto a uma boa cervejinha na mesa de um bar. Equilíbrio que chamam, né?

2️⃣ Como foi o começo da sua história com os concursos?

(Te jogaram nessa vida? Foi por amor? Por trauma? Ou só porque te prometeram estabilidade e vale-refeição?)

Por sobrevivência rs. O mundo dos concursos chegou para mim através do autoconhecimento. Testei um pouco de tudo: de escritório de advocacia a ONG. E percebi que nenhum desses caminhos iria me trazer a qualidade de vida que eu almejava. De ter um trabalho com horário certo, salário justo, tempo para família e de ter espaço para trabalhar ativamente com o que eu acredito. Sempre tive o perfil de servidora pública, mas custei a aceitar isso porque acreditava que não era inteligente o suficiente para concurso. Mas, graças a Deus, a terapia fez o seu trabalho e eu resolvi acreditar em mim mesma e iniciar essa jornada.

3️⃣ Já foi aprovada algumas vezes, mas ainda tá esperando o “vem aí”. Como você lida com esse limbo do cadastro reserva?

(Sinceridade brutal liberada. Pode desabafar. Aqui é espaço seguro — e irônico.)

Rindo e chorando. Brincadeira, eu decidi firmemente não olhar pelo lado negativo e me agarrar ao fato de que estou muito perto para desistir. Não passar dentro das vagas significa que tem algo que eu preciso ajustar, mas que já tenho também “meio caminho andado”. Então, não faz sentido jogar toda essa bagagem fora. Tive que ser “fria” e continuar sem muito tempo para lamentação. Acho que faz parte da trajetória do concurseiro. 

4️⃣ Qual foi o momento mais difícil da sua trajetória como concurseira?

(Aquele que quase te fez largar tudo e abrir um ateliê de cerâmica ou virar nômade)

Quando saiu o edital do Ibama. O edital veio com muita matéria difícil e com vários assuntos que eu não vinha estudando, além disso tinha acabado de fazer o TSE, estava esgotada e teria pouquíssimo tempo para estudar, acho que menos de 3 meses. Só que o detalhe é que eu comecei a estudar para concursos por conta do Ibama, inicialmente era o único órgão que eu almejava. Então, quando saiu o edital, eu praticamente desisti da prova: edital robusto, apenas duas vagas, avaliação de títulos (que para mim é ruim, pois não pontuo quase nada)… só fiz por insistência do meu marido.

5️⃣ E o momento mais bonito?

(Aquele que aqueceu o coração. Um encontro, um texto, um abraço ou só um respiro que fez tudo valer a pena.)

Primeira vez que vi meu nome no diário oficial! Concurso homologado, tudo bonitinho e meu nome completo lá. Saber que os meses de esforço valeram a pena e que essa “loucura” de estudar para concurso - do nada - não tinha sido totalmente uma loucura. Mesmo estando fora das vagas, foi uma boa posição. Importante demais para eu me sentir capaz e continuar até hoje.

6️⃣ Como você equilibra a constância no estudo com a sua saúde mental?

(Dica prática, conselho terapêutico ou mantra pessoal. Vale tudo, menos fingir que dá pra dar conta de tudo.)

Aprendi a me respeitar. Esse ponto é crucial. Entender que minha mente funciona de uma forma diferente, que meu nível de concentração é um pouco prejudicado pela síndrome do pensamento acelerado (sim, isso existe segundo o meu psiquiatra rs) e que eu teria que aprender a aprender do meu jeito. Não fico mais enrolando e tentando copiar os métodos mais infalíveis que vendem por aí, ou a rotina de fulano que foi aprovado em primeiro lugar. Eu só estudo dá forma que dá certo para mim e pronto. Além disso, parei de seguir ou acompanhar qualquer pessoa que não fazia parte mais da minha realidade, me cerquei de pessoas (concurseiras) que entendem a minha caminhada e me ajudam a torná-la mais leve.

7️⃣ O que você gostaria que tivessem te contado lá no início?

(Uma verdade inconveniente, uma dica que teria poupado sofrimento ou só um “você não tá sozinha” que teria feito diferença.)

“Tenha pressa em ser aprovado, mas não tenha pressa em estudar”
É mais importante você estudar o assunto por mais tempo e entendê-lo de uma vez só, do que fazer um estudo meia boca e ter que revisitar o mesmo tópico várias vezes. Quando você começa a estudar para concurso, tudo o que você quer é fechar o edital e isso acaba levando a um estudo meio raso de algumas matérias, só que elas irão cair em várias outras provas, então é bem melhor entender o assunto “de primeira” do que ter que reiniciar o estudo cada vez que aquele tópico cair em um edital.

8️⃣ Qual o maior mito que circula no mundo concurseiro e que você já se libertou?

(Aquele pensamento que te torturava e hoje você olha e pensa “ué, era só isso?”)

Estudar 6hs líquidas no mínimo todo dia. Como atualmente eu “só estudo” achava que render no mínimo seis horas líquidas por dia era minha obrigação porque parecia a realidade de todos que também só estudam. Mas, como eu falei anteriormente, passei a me respeitar, a entender minhas limitações e priorizar um estudo de qualidade ao invés de me concentrar nas horas líquidas. A real é que ninguém nunca vai ter a rotina 100% igual a sua e por isso não adianta se comparar. Eu, por exemplo, além de estudante, também sou dona de casa e esposa, funções que também me demandam atenção e tempo.

9️⃣ Tem alguma história engraçada, aleatória ou surreal da tua jornada?

(Se tiver obra, gato no teclado ou ataque de riso no meio da leitura, melhor ainda.)

Minha melhor colocação foi numa prova que eu tinha desistido de fazer hahaha.
Lembram do Ibama? Pois é, domingo 10h e eu estava decidida a não fazer a prova, estava muito cansada (tinha feito o ICMbio no fds anterior) e eu não tinha nenhuma esperança de aprovação com um edital daqueles. Mas aí, Rapha (meu cônjuge) pediu para eu me arrumar que ele ia me levar para fazer a prova sim, não ia deixar eu ficar em casa. Então eu fui, mas totalmente relaxada, só querendo fazer valer o dinheiro da inscrição. A primeira surpresa foi quando eu coloquei o meu gabarito no “de olho na vaga”: 1º Lugar. Fiquei atualizando o site 500x e continuava lá, sabia que com certeza não era a classificação correta, mas comecei a ter esperança. O resultado oficial saiu, depois o da segunda fase e é real: estou em 11º lugar, minha melhor classificação até agora e aguardando a avaliação de títulos. Depois dessa experiência, decidi que nunca mais vou deixar de fazer uma prova!

🔟 E pra fechar: o que você acha da ConcUP?

(Pode usar metáfora poética, fazer jabá, reclamar da nossa acidez ou declarar amor. A casa é sua.)

A concUP, para mim, é aquela nova melhor amiga que você fez na escola e não para de falar dela, e das suas histórias, para todo mundo hehehe
Foi paixão à primeira leitura. Conheci através da nossa queridíssima Lary e logo vi que era exatamente o que eu precisava: estudo com descontração, motivação e um toque de realidade. Como vocês sabem, eu já bati na trave algumas vezes ( aprovações para cadastro de reserva) e estava começando o ano meio desanimada, cansada. A concUP foi o gás que eu precisava para não desanimar. Além do conteúdo ser passado/ensinado de uma forma descontraída e leve, a gente também tem contato com uma comunidade incrível que compartilha a rotina como ela é, sem filtros e isso é revigorante, pois todo mundo entende exatamente o que o outro está passando. Sou fã número 1 do projeto e torço para que ele só cresça e prospere!