Leia antes de segunda-feira 📅

Respiro #006, ConcUP #027

O editor acordou tarde de novo. Que novidade! imagine alguém falando de si mesmo na terceira pessoa Mas, antes de sermos julgados, saibam que a gente tava só testando vocês (mentira). Bem-vindos a mais uma edição do Respiro, onde a gente pega essa inspiração de “depois de amanhã eu juro que vou mudar minha vida” e joga um pouquinho de sarcasmo e realidade na mistura. Se você também prometeu que hoje seria o marco zero pra acabar com a procrastinação – e descobriu que o despertador não concorda muito com isso – relaxa. Estamos todos juntos nesse barco, com remo furado e tudo.

HOJE

📆 Melhor não esperar a segunda-feira

📖 Leituras que talvez você goste

🥺 Coisas que seriam legais se você fizesse

SÍNDROME DO PROCRASTINADOR

“Segunda feira eu começo”

Imagem: GIPHY

Se você estuda pra concursos ou faz qualquer projeto que exija disciplina, talvez conheça bem este fenômeno: passa o domingo inteiro rodeado de culpas e promessas, dizendo a si mesmo que, “na segunda, tudo será diferente” 🤞. É um mantra que parece ter força mística, como se o simples fato de mudar o dia do calendário fosse trazer uma disposição sobre-humana. Mas, quando a segunda de fato chega, a realidade despenca como um piano na cabeça 🤯 e se descobre o óbvio: nenhuma data faz milagre. É só um dia, igualzinho aos outros. Ainda assim, a gente insiste em agir como se a segunda fosse a fada madrinha das resoluções, capaz de aniquilar a preguiça, instalar um software de foco no nosso cérebro e garantir oito horas líquidas de estudo.

Vamos começar pela fonte de todo esse encantamento. Você passa a semana reclamando do cansaço, do excesso de provas anteriores acumuladas, dos PDFs intermináveis, de mil matérias inacabadas e, em geral, usa o fim de semana pra “descansar a mente” 🛀. Descansar, nesse caso, pode significar ver séries, navegar em redes sociais, dormir até tarde ou maratonar qualquer coisa que não tenha o mínimo de relação com concursos (ô, coisa boa!). Ao chegar o domingo, nasce uma culpa sorrateira: “poxa, eu poderia ter adiantado um assunto ou outro, mas deixei pra depois, e agora a semana foi pelo ralo”. Eis que, na tentativa de apaziguar esse sentimento, aparece uma voz interior dizendo: “calma, segunda-feira está logo ali, ela vai resolver tudo”. Parece até aquele meme de cientistas anunciando a cura de doença terminal na segunda, mas, na prática, é só a gente tentando se livrar da dor da procrastinação.

Na psicologia, o fenômeno de depositar as esperanças em um marco específico é chamado de “efeito fresh start”: a ideia de que um ponto zero no tempo tem o poder de motivar ou regenerar a nossa disciplina. Funciona como um “ano-novo” semanal 🎉. É por isso que adoramos o 1º de janeiro pra começar dieta, o início do mês pra mudar hábitos financeiros e, claro, a bendita segunda pra atacar as metas de estudos. O problema é que esse efeito não passa de um placebo mental. A verdade nua e crua é que a maioria continua do mesmo jeito na terça, na quarta e assim por diante, se não houver mudança real de atitude, planejamento consistente e micro-hábitos diários que sustentem o progresso.

Por que, então, a gente se deixa enganar toda semana? Em parte, porque esse autoengano nos livra momentaneamente do desconforto. Enquanto dizemos “vou deixar pra segunda”, não precisamos encarar o fato de que poderíamos começar agora mesmo, neste instante depois desse e-mail, a encarar aquela videoaula ou resolver um bloco de questões 🎯. A segunda-feira vira uma espécie de “gato de Schrödinger” do estudo: ela está sempre ali como possibilidade salvadora, mas nunca chega de verdade. Até chega no calendário, mas não no nosso comportamento. E, quando ela finalmente bate na porta, o despertador toca às seis, e você sente que a cama tá um paraíso 🛌. Então, o que acontece? Desliza-se o dedo na tela pra mais cinco minutos. Depois mais cinco. E, lá pelas oito e meia, você levanta assustado, percebendo que “perdi a manhã, então hoje já era”. Nasce, então, a ideia de jogar tudo pra próxima segunda, e o ciclo perpetua.

O mais irônico é que, caso você tenha a coragem de começar a estudar em uma quarta ou quinta aleatória, talvez consiga fazer mais em uma semana do que se ficar esperando o dia oficial do recomeço 🗓️. Assim como uma dieta efetiva depende de constância na alimentação em todas as refeições, estudar pra concurso exige aparar as arestas todos os dias. Não existe essa de “não deu certo hoje, então rasgo o cronograma e volto só no próximo marco temporal”. Cada hora conta, cada bloco de estudo soma. Mesmo que um dia tenha sido parcialmente perdido, há dezenas de oportunidades de compensar nos dias seguintes. A segunda-feira não é o único filé do calendário.

Quer entender mais a fundo a grande ilusão? Bora analisar as fases clássicas de quem sofre da Síndrome do “segunda feire eu começo”: primeiramente, a empolgação do domingo à noite. Você olha pra trás, vê que a semana não rendeu como o planejado e, pra não se sentir um fracasso completo, decide que na próxima segunda vai mudar radicalmente. Eita, papai, agora vai! Até posta no Instagram: “Rumo a uma semana de alta produtividade! #foco #força #fé” 😎. Deita cheio de si, como se fosse acordar um monge ninja do estudo. Porém, a segunda chega e, ao invés da disposição épica, você encontra seu corpo grudado ao travesseiro, a preguiça dando bom-dia e o raciocínio: “preciso me organizar antes de mergulhar no estudo”. Esse “me organizar” muitas vezes é só outro nome pra “procrastinar com culpa amenizada”. Então você empurra pra depois do almoço. Acaba que a tarde também não rende, surge alguma desculpa, e, na calada da noite, você se repreende de novo, prometendo que “tudo bem, amanhã é um novo dia”. Se nada mudar, a semana se esvai, chega o sábado, o domingo se repete, e o disco volta a tocar na mesma faixa.

Remédio pra procrastinador

Pra neutralizar essa síndrome, é útil adotar algumas medidas que vão além de meros discursos. Primeira e principal: parar de santificar a segunda-feira. Se sentir vontade de começar agora, em plena quarta ou quinta, ou agora hihi, faça isso sem dó 😁. Os estudos não precisam de data festiva, precisam de constância. Segunda dica: se falhou em parte do dia, não invalide o resto. Gente que se atrasa de manhã ou perde uma aula tende a achar que “o dia já foi arruinado”. Não, não foi. Se ainda falta metade do dia, use-a. Terceira dica: reduza a culpa. Quanto mais culpa você sente, maior a chance de continuar se sabotando, como se dissesse “já que errei, agora vou meter o pé na jaca de vez”. Melhor enxergar as falhas como desvio corrigível: falhou de manhã, ajusta e segue à tarde, sem drama. Afinal, você é um adulto.

Outra ideia valiosa é estabelecer metas tangíveis. Em vez de achar que, a partir da próxima segunda, você estudará doze horas diárias, distribua o conteúdo em metas menores pra cada dia, de modo que seja factível atingir 📚. Por exemplo, colocar quatro horas ou até duas horas de estudos diários com constância pode ser mais eficaz do que forçar doze horas por um único dia e passar o resto da semana exaurido ou frustrado. Além disso, anote o que você cumpre. Pode ser em um caderno ou aplicativo, mas registre quantas páginas leu, quantas questões resolveu, quantos resumos escreveu. Ver esse progresso concreto ajuda a domar a sensação de que está estagnado.

Uma quarta ou quinta sugestão: não se esqueça do descanso e do lazer moderado. Se você transforma o estudo em algo insuportavelmente rígido, fica fácil querer “escapar” sob qualquer desculpa, e a culpa vira sua companheira de jornada. Então, insira pausas saudáveis, faça intervalos de dez ou quinze minutos a cada bloco de estudo, durma direito e defina momentos pra relaxar 😌. Assim, a rotina se torna menos propensa a “explodir” e, consequentemente, você não precisa usar a próxima segunda como um bode expiatório pra recomeçar.

Por último, lembre-se: a diferença entre quem passa no concurso e quem fica sempre adiando é a soma dos pequenos esforços diários 🔥. Ninguém se torna gabaritado do dia pra noite, muito menos só porque amanheceu uma segunda-feira. Se fosse preciso resumir a grande lição em uma frase, seria: “Comece quando puder, prossiga mesmo com falhas, e não espere um dia mítico que venha te salvar.” Viver nessa bolha de esperar a segunda perfeita é só uma forma de negar a necessidade de disciplina contínua.

Então, se você deixou pra ler esse texto em pleno domingo a edição é de sábado, animal, com a cabeça no “amanhã eu recomeço”, ou se é quarta-feira e você pensa “ah, agora só segunda mesmo”, a gente encerra aqui com um chacoalhão: preste atenção, qualquer instante pode ser o instante do start real 🚀. Cinco minutinhos de leitura agora podem deslanchar em duas horas de estudo. Uma única questão resolvida hoje já é melhor do que zero. E não faça a clássica armadilha de achar que, se fracassou no início da semana, deve chutar o balde e aguardar mais sete dias. Cada dia, cada hora é uma nova oportunidade.

O editor, por exemplo, poderia pensar “bom, como eu acordei incrivelmente tarde, troquei o almoço pelo café e todo mundo já acha que a edição não vai sair, melhor nem escrever”. Porém, ele resolveu diferente: “vou enviar esse texto enquanto a galera tá com a boca cheia de farofa”. Meu irmão, ok, ninguém merece um texto desse na hora do almoço, mas talvez ele ajude você a refletir um pouco sobre como continuar estudando. A Thamyres disse que a gente tá ajudando ela a retornar aos estudos, e ela nem esperou a segunda feira pra isso.

No fim, a Síndrome do “Vou começar na segunda” não é nada além de uma muleta psicológica. Se você quer genuinamente engrenar nos estudos, meta a cara agora, planeje minimamente e respeite o tempo. Caia e levante, caia e levante, até que a constância vire regra. Mantenha o foco e lembre que, no cronograma de quem realmente passa, há estudos regulares em qualquer data 📆. É quase poético dizer que seu recomeço não precisa de astros alinhados, de mantras de motivação ou de um dia escolhido no calendário. Precisa de ação, por menor que seja. E, se a procrastinação e a culpa estão falando alto, dê um passo pequenino hoje. Amanhã, mais outro. E assim você vai construindo a disciplina, sem depender do marketing enganoso da “segunda revolucionária”.

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Confira antes da segunda-feira

Se você chegou até aqui e está pensando “ok, entendi tudo, mas preciso de umas dicas de leitura e vídeos pra me dar um empurrãozinho”, segue um mini-guia de sugestões. A gente não promete que serão tão milagrosas quanto a segunda-feira perfeita, mas podem ajudar no caminho:

Livro: “O Poder do Hábito”, de Charles Duhigg
Um clássico pra quem quer entender por que raios a gente se apega tanto à rotina (ou à falta dela). Ele explica as engrenagens cerebrais que nos fazem repetir comportamentos e como criar hábitos novos de um jeito menos doloroso. Se você vive protelando os estudos, pode achar útil descobrir como formatar seu cérebro a seu favor.

Livro: “A Arte de Fazer Acontecer” (Getting Things Done), de David Allen
Não é voltado especificamente para concursos, mas te ajuda a domar a vida de um modo geral. Fala de organização de tarefas, prioridades e como esvaziar a cabeça para produzir mais. Se você é o tipo que tem mil ideias e nenhuma execução, esse livro pode te salvar de afogar no mar do caos.

“Me ajuda aí, pô!” (voz do Datena)

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