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A edição mais curta da história ✂

Processo Civil #007, ConcUP #033

Acabou. O Carnaval se foi, a purpurina já saiu no banho (ou quase), o confete virou poeira, e agora só restou você… e o edital te esperando de braços abertos.

Enquanto os blocos desfilavam, a pilha de PDFs continuou crescendo. A festa acabou, mas o concurso não foi cancelado. Então, bora voltar pro verdadeiro bloco, aquele onde quem brilha é quem estuda. A rotina te espera, e, sinceramente? Se você não retomar agora, a fantasia de concurseiro pode virar um uniforme permanente. 🚀📚

HOJE

A rotina voltou, e a gente sabe que esse retorno não é fácil – pra você e pro editor. Por isso, preparamos uma edição mais enxuta, com foco nos princípios processuais. Claro, na teoria é tudo lindo, mas na prática…

PRINCIPIOS PROCESSUAIS

Os norteadores do processo civil

Imagem: GIPHY

Se você já assistiu a um jogo de RPG, sabe que antes de começar a aventura, todo mundo precisa entender as regras básicas do jogo. Se um mago pode soltar bolas de fogo, se um guerreiro pode dar três golpes seguidos, se um juiz pode decidir algo sem explicar... opa, não pode. Pelo menos na teoria.

O Direito Processual tem sua própria cartilha de regras fundamentais: os princípios processuais. São eles que garantem que o processo não vire um vale-tudo jurídico, onde cada um faz o que quer e a Justiça vira uma roleta russa. O problema é que, assim como em qualquer jogo, sempre tem quem tente burlar as regras, interpretar do jeito que convém ou simplesmente ignorar.

1️⃣ Devido processo legal: a mãe de todos os Princípios

Se o Direito Processual fosse uma seita, o devido processo legal seria o seu dogma supremo. Ele basicamente diz que ninguém pode ser privado de seus direitos sem que o procedimento correto seja seguido. Parece óbvio? Pois é. Mas na prática, nem sempre é tão simples.

📌 Tradução para concurseiro:

  • Se alguém quer te processar, tem que seguir as regras certinhas.

  • Se o Estado quer te punir, precisa respeitar seu direito de defesa.

  • Se um juiz quiser inventar moda e decidir do nada, não pode.

Exemplo prático: Se um juiz acorda de mau humor e resolve decretar sua prisão porque "sentiu que era o certo", ele violou o devido processo legal. O problema é que, no Brasil, às vezes o processo parece ser o problema legal.

2️⃣ Contraditório: o direito de gritar quando estão tentando te ferrar

O contraditório é simples: ninguém pode ser condenado sem ter a chance de se defender. Se alguém faz uma acusação contra você, você tem o direito de responder antes do juiz decidir qualquer coisa.

📌 Na prática, significa que:

  • Todo mundo tem direito de saber o que está acontecendo no processo.

  • Todo mundo pode se manifestar antes de ser julgado.

  • O juiz deve considerar os argumentos das partes antes de decidir.

Exemplo prático: Se alguém entra com uma ação contra você e o juiz decide tudo sem te avisar, parabéns, você foi vítima de um processo sem contraditório. Agora corra pro tribunal tentar reverter.


O contraditório é tipo aquele amigo que diz "fala na cara!" – todo mundo tem direito de dar sua versão antes da martelada final.

3️⃣ Fundamentação das decisões judiciais: o Juiz não é um oráculo

Se você já viu uma decisão judicial sem explicação, provavelmente pensou: "Mas por quê?". Pois é, a fundamentação das decisões exige que o juiz explique os motivos do que decidiu.

📌 Isso significa que:

  • O juiz não pode simplesmente dizer "nego provimento" e seguir a vida.

  • Ele tem que justificar por que aceitou um argumento e rejeitou outro.

  • Se a fundamentação for só um "porque sim", a decisão pode ser anulada.

Exemplo prático: Imagine que você é reprovado num concurso e a banca responde seu recurso com um "é isso aí, aceita". Se fosse uma decisão judicial, teria que vir explicada, com base legal e argumentos válidos.

4️⃣ Isonomia: o processo não pode escolher lado

A isonomia processual determina que todas as partes devem ser tratadas de forma igual. Isso significa que ninguém pode ter vantagens indevidas no processo.

📌 Isso quer dizer que:

  • O juiz não pode favorecer uma parte.

  • Todo mundo tem os mesmos prazos, direitos e deveres.

  • O Estado não pode ter privilégios indevidos só porque é o Estado.

Exemplo prático: Se um juiz responde rapidinho ao pedido do governo, mas demora meses pra analisar o da parte contrária, adeus isonomia.

5️⃣ Publicidade: processo secreto só em filmes de espionagem

A publicidade processual garante que os atos processuais sejam públicos e acessíveis, salvo algumas exceções. Isso impede que processos virem um festival de decisões obscuras.

📌 Isso significa que:

  • Qualquer pessoa pode consultar processos públicos.

  • Decisões precisam ser publicadas.

  • Processos sigilosos são exceção, não regra.

Exemplo prático: Se um juiz decide algo em segredo, sem divulgar os fundamentos, pode esquecer – essa decisão é passível de anulação.

6️⃣ Economia processual: resolver o caso sem enrolação

A economia processual determina que o processo deve ser eficiente, sem burocracias desnecessárias ou ritos absurdos.

📌 Isso significa que:

  • O processo deve ser o mais direto possível, sem rodeios.

  • Se puder resolver várias questões num só ato, melhor.

  • O juiz deve evitar decisões que só criam mais demora.

Exemplo prático: Se um juiz marca cinco audiências só pra discutir se o réu foi citado corretamente, esquece a economia processual.

7️⃣ Instrumentalidade das formas: o que importa é a essência, não a firula

A instrumentalidade das formas diz que o processo não deve ser um fim em si mesmo – o que importa é resolver o conflito, não seguir formalidades sem sentido.

📌 Isso significa que:

  • Erros formais irrelevantes não devem invalidar um processo.

  • Se o objetivo foi atingido, o detalhe não pode ser um entrave.

  • O juiz deve priorizar a justiça do caso, não a burocracia.

Exemplo prático: Se uma parte chama "contestação" de "defesa" e o juiz recusa por erro técnico, adeus instrumentalidade das formas.

8️⃣ Razoável duração do processo: um milagre que quase nunca acontece

Se existisse um ranking de princípios mais ignorados no Brasil, a razoável duração do processo estaria sempre no pódio. A ideia aqui é simples: o processo deve acabar em um tempo decente, sem virar herança de família.

📌 Isso significa que:

  • O Judiciário deve evitar demoras desnecessárias.

  • O processo precisa ser eficiente, sem burocracias que só enrolam.

  • As partes não podem abusar de recursos e manobras só pra atrasar tudo.

Exemplo prático: Se você entra com um processo e seu neto ainda tá acompanhando os autos depois da sua aposentadoria, parabéns, o princípio da razoável duração do processo foi ignorado com sucesso.

9️⃣ Boa-fé processual: não seja o vilão da história

Se o Direito fosse um jogo de RPG, a boa-fé seria a regra que impede os jogadores de trapacear descaradamente. Aqui, o objetivo é simples: todo mundo deve agir com lealdade e ética no processo.

📌 Isso significa que:

  • Ninguém pode mentir, omitir ou distorcer fatos só pra levar vantagem.

  • As partes devem evitar manobras abusivas que atrapalhem o processo.

  • O juiz também deve agir com imparcialidade e coerência.

Exemplo prático: Se um advogado pede um adiamento de audiência alegando “motivo grave” e depois posta foto na praia com a legenda "merecido descanso", ele violou a boa-fé processual (e também a arte da discrição).

🔟 Princípio da cooperação: o processo não é um jogo de guerra

Diferente do que muita gente pensa, o processo não é um ringue de MMA, onde cada um tenta destruir o outro. A cooperação processual determina que todos – juiz, partes e advogados – devem atuar juntos pra que o processo atinja seu objetivo final: a solução do conflito.

📌 Isso significa que:

  • O juiz deve orientar e garantir que o processo siga corretamente.

  • As partes precisam agir com transparência e evitar abusos.

  • O objetivo não é ganhar a qualquer custo, mas garantir uma solução justa.

Exemplo prático: Se o juiz percebe que a parte errou um prazo por um detalhe técnico e decide dar uma chance pra corrigir em vez de extinguir o processo, ele tá aplicando o princípio da cooperação.

O problema é que, na prática, muita gente ainda enxerga o processo como um vale-tudo e faz de tudo pra ganhar, mesmo que isso signifique prejudicar o outro lado de forma desleal.

“Me ajuda aí, pô!” (voz do Datena)

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